Estamos chegando ao final de um dos períodos mais desafiadores para a indústria da construção. O ano de 2021 ficará marcado pelo esforço e superação de um setor que é uma das locomotivas da economia brasileira, distribuindo renda em todas as faixas sociais e gerando emprego massivamente.
A sociedade brasileira começou o ano de 2021 projetando uma retomada robusta da economia e da atividade no pós-pandemia, otimista com a perspectiva do avanço de reformas estruturais necessárias à atração de investimentos no país.
Entre a expectativa e a realidade foram surgindo, todos os dias, obstáculos que ameaçavam o crescimento que todos esperavam. Apareceram quarentenas, lockdowns e uma série de outras dificuldades como, por exemplo, o aumento abusivo dos preços dos materiais, as frustradas tentativas de reforma da legislação do Imposto de Renda e da Contribuição Social e as posturas do poder público e político que inviabilizaram as reformas.
A indústria da construção, porém, neste período, resistiu e incrementou sua atividade. Em 2020 já tinha sido um dos poucos setores com desempenho positivo de empregos, com cerca de 98 mil contratados de saldo. O balanço de 2021 comprovou que os empregos gerados no setor foram maiores do que em outras atividades da economia.
Os novos números do Caged na pesquisa relativa ao mês de outubro mostram que neste ano, em relação a outubro de 2020 houve a geração total de 2,9 milhões de empregos com carteira no país sendo que o setor de serviços foi responsável pela geração de 1,2 milhão no período de 12 meses.
Já a construção respondeu sozinha por 9% dos empregos correspondentes a 248 mil postos. Em outubro de 2021 o estoque de empregados na construção atingiu 2,566 milhões de empregos com carteira assinada.
Sabe-se que, mesmo com saldo positivo, o ritmo da geração dos empregos foi mais lento do que se esperava, mas o desempenho da construção permaneceu mais forte na comparação com outras atividades. O setor venceu grandes desafios, continuou trazendo inovações, principalmente no segmento de construções imobiliárias residenciais que continuou crescendo.
No terceiro trimestre de 2021, o total de ocupados no país alcançou cerca de 93 milhões de pessoas sendo que na construção atingiu 7,2 milhões o que representa 8% do total. Em relação ao mesmo período de 2020, houve um crescimento de 11% no país e 20% na construção. Os dados mostram que não houve retorno aos números pré-pandemia para o total de ocupação no país. No total, ficou 2% abaixo, mas a construção superou em 3% o número do terceiro trimestre de 2019.
O que esperar para 2022?
Contrariando os economistas de plantão, faço uma análise mais otimista. Se a indústria da construção mostrou sua robustez, força e resiliência em um período tão desafiador, com tantas dificuldades e ainda assim trouxe resultados positivos, estou certo que no ano que vem teremos bons negócios, impulsionados principalmente por obras de infraestrutura e lançamentos no mercado imobiliário.
Que tenhamos um Feliz Natal e um Ano Novo de prosperidade, gerando renda e qualidade de vida a toda a nação.
RAFAEL LUIS COELHO
Diretor Regional do Sinduscon-SP e Empresário do Setor da Construção