Mercado imobiliário pós pandemia no EUA

Os grandes players do mercado imobiliário internacional, sobretudo do mercado americano, oferecem muita informação para refletimos e identificarmos as oportunidades de melhorias, muitas aplicáveis à cultura de negociação no Brasil. Vamos analisar o momento econômico americano comparando com o mercado brasileiro, o que é um exercício saudável e produtivo.

Nos Estados Unidos não basta obter o registro para ser corretor de imóveis. Os profissionais fazem cursos para obter as certificações especializadas em imóvel de luxo, lazer ou locação, por exemplo.

O cadastro nacional de imóveis é muito interessante, reúne todas as ofertas de imóveis à venda no país, de forma centralizada e disponível para consultas. A escolha do corretor também é diferente, o vendedor procura conhecer as propostas e estratégias, em média de três corretores, e dá exclusividade àquele que cuja proposta lhe parece mais interessante ou que passa mais confiança.

A Associação Nacional de Corretores de Imóveis dos EUA (NAR, na sigla em inglês), representa mais de 1,4 milhões de membros e é uma entidade poderosa e influente. Para se ter uma idéia da força do mercado imobiliário americano, nas eleições presidenciais a NAR foi uma das maiores doadoras de campanha de um dos candidatos.

Além da atuação dos profissionais do setor, vale analisar também o momento econômico americano já que o aperto agressivo da política monetária pelo Federal Reserve, com fortes aumentos da taxa de juros, reduziram o volume de transações no mercado imobiliário.

Recentemente a taxa de juros média dos financiamentos imobiliários (hipotecas) de 30 anos superou a 7,0%, uma das maiores taxas dos últimos 20 anos, sendo que em 2020 a média estava em 3,05%.

Esta redução da atividade imobiliária impactou a construção civil e os gastos com construção nos EUA registraram forte queda em 2022, como 0,7% em agosto, a maior queda desde fevereiro de 2021.

Os indicadores de mercado mostram uma elevação do estoque de imóveis residenciais à venda que levaram a queda nos preços dos mesmos. No segundo trimestre de 2021 os preços dos imóveis comerciais nos EUA caíram 5%, com a expectativa de que continuassem caindo até o final do ano passado, porém num ritmo menos acentuado.

Os números trouxeram preocupações para o mercado americano, mas não foram alarmantes. Segundo especialistas, há sinais de que o pior já passou e já começam os indícios de recuperação. O mercado de trabalho americano absorve bem os impactos por ser muito robusto, os salários voltaram a crescer e as famílias estão pagando as suas hipotecas em dia.

O que acontece no mercado americano não se replica obrigatoriamente no Brasil, pelas suas diferenças estruturais. O mercado imobiliário brasileiro de médio e alto padrão tem registrado índices positivos com arrefecimento no segmento popular, nos últimos anos. Esperamos que o relançamento do programa Minha Casa Minha Vida possa promover um reaquecimento do mercado de construções do padrão econômico. Devemos encarar 2023 com otimismo, ainda que moderado!

Rafael Coelho

Diretor Regional do SindusCon-SP e da Citz Desenvolvimento Imobiliário

rafael.coelho@citz.co

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