As últimas pesquisas no segmento da construção civil mostram uma sensível mudança na percepção dos empresários do setor e no cenário geral deste setor. Os dados indicam tendências animadoras com crescimento do investimento beneficiando o consumidor final com muito mais opções de escolha e a sociedade em geral, que se vê diante de mais oportunidades e emprego.
O ano começou com certa desconfiança, mas o mercado da construção reagiu e se consolidou com um dos segmentos mais fortes da economia brasileira. Vejamos os números.
O PIB da construção acelerou e teve alta de 2,7% no segundo trimestre de 2022, na comparação com o primeiro. Este foi o oitavo trimestre de crescimento consecutivo do PIB do setor. No primeiro semestre, a taxa acumulada alcançou 9,5%, na comparação com o mesmo período de 2021, segundo IBGE. O setor revisa a projeção inicial do PIB da Construção de 3,5% para 5% em 2022.
Os financiamentos do Programa Casa Verde e Amarela (imóveis populares) em agosto atingiram R$ 7,2 bilhões, alta de 45% na comparação com agosto de 2021. Somados aos do SBPE (imóveis de padrão médio) os financiamentos habitacionais totalizaram R$ 16,6 bilhões em agosto, um novo recorde mensal brasileiro, segundo dados da CAIXA.
A economia brasileira passou por dificuldades em 2020 e 2021, devido a pandemia, e o ano de 2022 começou com um movimento ascendente lento. Porém, o desempenho ao longo do ano vem melhorando. Alguns especialistas fizeram a revisão da projeção do PIB do país para um crescimento da ordem de 2,5% a.a. O setor da construção ajudou a puxar para cima, nos últimos anos, o desempenho da economia brasileira.
A inflação começa a dar sinais claros de arrefecimento. Em julho e agosto já foram registrados índices negativos, refletindo um quadro de inflação em queda. O Brasil é um dos primeiros países do mundo a controlar, de forma consistente, a inflação. A alta nos preços ocorreu globalmente, em função do desordenamento das cadeias produtivas ocorrido durante a pandemia. Mesmo nos EUA, Alemanha e na Inglaterra, a inflação atingiu a 9% a.a.
A taxa de desemprego no Brasil, que chegou a 14,8% a.a. em 2021, caiu para 9,1% em julho/22, o menor patamar desde 2015. Essa é a maior queda no desemprego entre os países do G20. No setor da construção civil, dados do CAGED indicam que no primeiro semestre de 2022 foram gerados 184,7 mil empregos formais, 8% a mais em relação a 2021. O setor cresceu 9,5% em relação ao ano passado, com 10% do total de empregos gerados, com 9% de todos os tributos pagos e movimenta cerca de 97 atividades produtivas. Os indicadores setoriais também são animadores. O total de novos imóveis comercializados em 2022 (até maio) aumentou 26% em relação ao mesmo período de 2021.
Estes dados projetam para a economia brasileira um futuro de boas expectativas, o ambiente de negócios está favorável e deve gerar de forma progressiva mais oportunidades, empregos e renda para a população. E o setor da construção civil certamente será um dos grandes destaques neste processo.