A obra publicada em 1941, Brasil um País do Futuro, escrita pelo imigrante judeu-austríaco Stefan Zweig, passou a ser um lema adotado pelo nosso povo até os dias atuais. Somos um país que se relaciona bem com todos os povos, temos muitas riquezas naturais e bom clima. O que nos falta para atingir este Futuro?
Há algumas décadas éramos um país muito jovem, hoje, quase 28% da nossa população tem idade superior a 50 anos. Que Futuro é este que nunca chega?
É preciso saber que Futuro desejamos para tomar “as rédeas” e construí-lo. Se não sabemos para onde ir, o caminhar será aleatório e sem foco. É preciso ter parâmetros e números em cada tipo de necessidade da sociedade para elaborar planos de metas para atingi-los.
Pode-se começar no âmbito do município, onde se tem muito mais acesso. O executivo municipal é fortemente pressionado a atender as carências mais imediatas da população, onde é difícil articular projetos que transformam o futuro e com um agravante, a falta de continuidade pelos governos que o sucedem ao longo do tempo.
A transformação exige que se crie um ambiente planejado de negócios, que se identifiquem vocações locais, que se desenvolvam fontes multiplicadoras de renda e de geração de riquezas para dar sustentação ao desenvolvimento planejado, como implantar isso? Quem definirá as prioridades e os parâmetros que se devem atingir? Como acompanhar e corrigir os rumos quando o planejamento não estiver sendo cumprido?
A resposta é a GC – Governança Colaborativa. Novas experiências mostram que este é o caminho. A GC se traduz no engajamento estruturado e formal de cidadãos legitimados pela representatividade de suas instituições, públicas e privadas, para viabilizarem a gestão da cidade, com políticas públicas resilientes e reconfiguráveis para as transições de futuro.
Em novembro de 2023 foi realizado em São José do Rio Preto um evento de sensibilização visando à formalização da GC. Com o apoio institucional e financeiro da CBIC, Acirp, SindusCon-SP, Apeti, Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Rio Preto, OAB, Creci, Poty Cia. de Bebidas e Lojas Lívia, a GC está se consolidando na cidade. Neste início de mês, em cinco reuniões lideradas pelo consultor engenheiro Silvio de Barros, foi apresentado o conceito do projeto para o poder legislativo, executivo, universidades, iniciativa privada e para a sociedade civil.
Atualmente, 30 grandes cidades no Brasil já implantaram a GC e jáestãocolhendo os benefícios da iniciativa, principalmente Maringá, pioneira na implantação da GC no Brasil.
São José do Rio Preto já possui um Comitê que acompanhará as câmaras temáticas rumo à elaboração das prioridades para os próximos 20 anos, que será compromissada com registro em cartório com todos os candidatos a prefeito nas eleições deste ano. A GC deve garantir a continuidade dos projetos municipais, a conectividade e informatização de processos, mesmo com mudanças de partidos de governos que venham a se eleger.
Rafael Coelho
Diretor Regional do SindusCon-SP e da Citz Desenvolvimento Imobiliáriorafael.coelho@citz.co