Qual a origem da energia que necessitamos para sobreviver? Da maior fonte de energia do planeta, o sol. O sol libera a energia que faz a água do mar e dos rios evaporarem, transformando-a em nuvens de chuva e vento que movimentam os moinhos e as turbinas nas nossas usinas hidrelétricas e eólicas e fazem nossas plantas se desenvolverem. Estas formas de energia vão se transformando, gerando custos, nos obrigando a racionalizar o seu uso.
O ser humano necessitada de energia para as suas atividades basais e o seu conforto: andar, comer, respirar, manter a temperatura do corpo, cozinhar, aquecer a água do banho, iluminar os ambientes, abastecer os nossos veículos, ligar os aparelhos eletroeletrônicos, etc, porém, todos estes usos liberam Gases de Efeito Estufa (GEE) no ambiente.
Atualmente, se busca uma economia sustentável, uso eficiente da energia e de baixo carbono. Em 2016 foi assinado o Acordo de Paris que, na prática, substituiu o Protocolo de Kyoto de 1997, com a adesão de 196 países com o objetivo de frear o avanço do aquecimento global com a redução de emissões de GEE.
A construção civil é um dos pilares das atividades econômicas no Brasil e tem atuado por meio de instituições que representam os incorporadores (Abrainc), a construção civil (SindusCon-SP) e a habitação (Secovi-SP) buscando o cenário de carbono zero no setor imobiliário e da construção até 2050.
Neste contexto, foi lançado pelo SindusCon-SP, em parceria com uma empresa alemã, a ferramenta “CE Carbon”, um software gratuito que calcula o consumo energético e as emissões de carbono na construção. Hoje temos outras plataformas no mercado que tem a mesma finalidade. Neste ano de 2023, a Caixa Econômica Federal começou a exigir o uso desta ferramenta para aprovar financiamentos habitacionais no faixa 1 (segmento mais popular) do PMCMV.
A chamada “pegada de carbono” é uma metodologia utilizada para calcular a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). Todos os gases nocivos ao planeta, mesmo os que não tem carbono na composição, são convertidos na métrica de carbono equivalente. Nos edifícios se faz este cálculo durante o período de construção e ao longo dos anos de uso. O setor busca meios de reduzir o GEE adotando ainda novas fontes de energia renovável (a solar e a eólica); o uso demateriais naturais; melhor desempenho térmico e lumínico com ventilação e iluminação natural; reuso de águas da chuva; o paisagismo com vegetação mais densa; sistemas construtivos que reduzam resíduos de obra, etc.
Com um olho no mercado e outro em seu próprio papel de responsabilidade social e ambiental, a construção civil tem avançado em iniciativas visando garantir um planeta sustentável. Uma nova realidade captada por pesquisas revelando que empreendimentos que contemplam ações para reduzir a pegada de carbono desde a fase construtiva, tem reconhecimento e tendem aganhar valor de mercado.
Rafael Coelho
Diretor Regional do SindusCon-SP e da Citz Desenvolvimento Imobiliário
rafael.coelho@citz.co