O QUE NOS ESPERA EM 2024

Os analistas observam com atenção alguns setores, como o da construção civil, que têm fortes influências na economia. Os números variam, mas a expectativa para 2024 é de crescimento maior que o ano anterior.

Em 2023 a construção civil criou 254 mil novas vagas com carteira assinada nos dez primeiros meses do ano, cerca de 14 % do que gerou o mercado brasileiro, o que é muito expressivo. O número é inferior a 2021 e 2022 – anos de recorde histórico para o mercado imobiliário – mas é o terceiro maior resultado desde 2012. Em recente revisão, o IBGE divulgou os novos números para o crescimento do PIB da construção civil, sendo 12,62% em 2021 e 6,85% em 2022.

Para o SindusCon-SP o setor terá um crescimento de 2,9% para 2024, melhor que os 1,2% registrados em 2023 que foi frustrante diante das expectativas de crescimento projetadas. No período, houve queda dos lançamentos de imóveis e retração do mercado de pequenas obras e reformas geradas pelos juros altos e elevação do custo dos materiais de construção desde a pandemia.

Para 2024, segundo o SindusCon-SP, o setor está mais otimista com a redução progressiva dos juros, a menor volatilidade dos preços dos materiais e os programas governamentais de habitação, como MCMV, Casa Paulista e Pode Entrar, e se somam aos investimentos do PAC.

A outra forte entidade do setor, a CBIC- Câmara Brasileira da Industria da Construção, faz uma alerta que, devido à queda de lançamentos em 2023 que resultaram em baixa dos estoques no mercado e a reduzida margem que vinha sendo praticada pelas incorporadoras, poderá ocorrer uma elevação dos preços dos imóveis em 2024.

 Por outro lado, com as novas regras publicadas em julho de 2023, do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), os lançamentos e as vendas de imóveis ganharam tração em todo o Brasil e muitas incorporadoras que haviam pisado no freio, aproveitam as condições mais atrativas voltando a lançar. Com a chegada das eleições municipais as obras públicas estão aumentando e ainda estão sendo liberados os investimentos em infraestrutura com o PAC que somarão robustos R$ 1,7 trilhão até 2026.

O setor incorporou a transformação digital e as tecnologias avançadas para otimização de tarefas e aumento da eficiência nos processos. A sustentabilidade na construção civil foi definitivamente incorporada, impulsionada pelas questões climáticas e ambientais se apresentando como uma estratégia de negócios.

A experiência do cliente consolida-se também como a chave para o sucesso, com intensificação das mídias sociais nos processos de comercialização de imóveis e o compartilhamento de informações ao longo de todo o projeto, do início ao pós-venda,  o que é um diferencial estratégico que não apenas aproxima, mas também fideliza clientes. Aliados a todo esse cenário,  o setor da construção civil faz uma imersão high-tech e acompanha um mundo globalizado que passa por grandes transformações.

Rafael Coelho

Diretor Regional do SindusCon-SP e da Citz Desenvolvimento Imobiliário

rafael.coelho@citz.co 

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